Estava lendo sobre sociologia e achei um material muito bom num blog chamado Elezea. O conteúdo era sobre comunidades virtuais como o Facebook.
Então... eu não tenho facebook, mas o Tiago sim. De vez em quando, ele me mostra algum assunto que está repercutindo entre os usuários ou estudo científico que publicaram.
Claro que o momento de uso do facebook do Tiago rende algumas visitas em perfis de outras pessoas. Geralmente, vejo fotos de primas minhas que estão grávidas e que tiveram bebê a pouco tempo. Mas logo na primeira página do facebook, aparece as atualizações do pessoal. Acabo vendo também.
Vejo a foto, mas também vejo os comentários. E, às vezes, me sinto mal. Me sinto mal porque sei que aquela pessoa que comentou a foto de fulano, não é tão carinhosa quanto o seu comentário. Não se empolga tanto com o fulano presencialmente. Então, por que tantos pontos de exclamação?
Alguém escreve um comentário que não "combina" com o que a pessoa é de verdade, ao vivo e a cores. Daí, você pensa: "Fulano escreveu isso por que? Ele não é assim. Não entendi qual é a dele."
Sentimento de indignação. E também de impotência. Sim, porque você não vai responder o comentário: "Fulano, não sei o que você quer dizer com o que escreveu, mas lembre-se que quando nos encontramos você não conversa comigo direito, não me procura para compartilharmos ideias (família, estudo, casa, trabalho), nem acha válido em sentar um pouco comigo."
Acontece também outros fatos seríssimos. A pessoa "X" posta uma foto de um momento que a seu ver foi muito legal. Então, se essa pessoa não receber um número significativo de "curtir" ela não ficará satisfeita e acabará achando que aquela foto não é tão legal quanto pensou, ou, ainda, que aquele momento que viveu não foi tão importante quanto sentiu. Pode ser que essa pessoa sinta até vergonha por ter postado uma foto que não recebeu tantos "curtir" e/ou comentários. E, por fim, a pessoa "X" tenderá a se sentir triste por:
- as pessoas não me acham interessante;
- as pessoas não tem vontade de se relacionar comigo;
- sou uma pessoa chata.
Ou seja, a pessoa "X" atribui o valor do momento que foi registrado por foto e postado por ela a vários "curtir" e comentários. Acabará supondo que aquele momento que viveu e que achou muito bom foi bobagem porque não recebeu admirações, elogios infinitos, exclamações mil.
Outro fator e, talvez, o mais comum: fotos, fotos, fotos, frases, frases, frases. Pessoas postam fotos e frases loucamente. Querem que as outras deem a elas uma espécie de famosidade. Querem brilhar e mostrar o quão autênticos e engraçados são: desde pratos de comidas exóticas, passando por bens materiais, até acrobacias. Aí, provocam naquelas que comentaram e naquelas que não deixaram seus comentários, mas que viram a foto ou frase da vez: inveja, ciúmes, raiva, sentimento deprimido, queda de auto-estima.
Por fim, o assédio. Algumas pessoas usuárias de facebook criam dependência por outras. Visitam inúmeras vezes o perfil de outros usuários para checar se houve alguma atualização. Se não, reveem fotos que foram postadas há algum tempo, comentários antigos. Mas os sentimentos envolvidos nessas visitações percorrem àqueles já citados: inveja, ciúmes, raiva. Talvez alto nível de curiosidade. Desenvolve-se, então, o vício. Vício de querer sentir tais sentimentos, de saber que sentirá, mas quer sentir. Esse tipo de curiosidade move sentimentos ruins. E pessoas os alimentam pelo simples fato de checar atualizações, de querer saber se houve novas publicações de fulano.
Gostar de sentir sentimentos ruins? Não sei. De sofrer por que fulano está lindamente alegre? Não sei. Mas há. Existe. Acontece.
O próprio nome já diz: diário. Pessoas estão levando muito a sério a meta do facebook: escreva o seu diário, mas publique-o incessantemente.
Por fim, o assédio. Algumas pessoas usuárias de facebook criam dependência por outras. Visitam inúmeras vezes o perfil de outros usuários para checar se houve alguma atualização. Se não, reveem fotos que foram postadas há algum tempo, comentários antigos. Mas os sentimentos envolvidos nessas visitações percorrem àqueles já citados: inveja, ciúmes, raiva. Talvez alto nível de curiosidade. Desenvolve-se, então, o vício. Vício de querer sentir tais sentimentos, de saber que sentirá, mas quer sentir. Esse tipo de curiosidade move sentimentos ruins. E pessoas os alimentam pelo simples fato de checar atualizações, de querer saber se houve novas publicações de fulano.
Gostar de sentir sentimentos ruins? Não sei. De sofrer por que fulano está lindamente alegre? Não sei. Mas há. Existe. Acontece.
O próprio nome já diz: diário. Pessoas estão levando muito a sério a meta do facebook: escreva o seu diário, mas publique-o incessantemente.
Por que? Por que o ser humano muitas vezes busca se socializar de forma tão ruim? Por que usar de fotos e frases para se enaltecer a custas de "curtir" e comentários? Por que essa vontade descabida de elogios (que referem-se muitas vezes ao físico, material) sem fim (ex: Como você está lindo!; Que magrinha!; O seu sapato é maravilhoso!)? Por que extrapolar o saudável e/ou sensurá-lo? Por que provocar negativamente?
Não gosto de viver individualmente. Cada um vive do seu jeito, faz o que quer, educa filhos como quer. Porque eu e meus filhos estamos vivendo com outras pessoas e, justamente por isso, gostaria que essas pessoas procurassem compartilhar de ideias comigo a fim de que juntos alcancemos qualidade de vida, que se estenderão aos nossos filhos. Ou melhor, se compartilharmos, os resultados produzidos serão aproveitados vivencialmente pelos nossos filhos.
Eu fico triste quando vejo pais que educam como quer, "cada um cuida do seu". Porque amanhã o meu filho vai se relacionar com o filho desses pais seja na universidade, no trabalho, mas eu não saberei como será esse filho criado "cada um cuida do seu" porque nós, pais, não compartilhamos. Como será o futuro se o presente é tão egoísta, auto-suficiente? Como anunciaremos o evangelho se nem criação de filhos compartilhamos uns com os outros? Esse assunto deveria ser discutido de forma prazerosa, mas está cada vez mais sendo guardado a sete chaves.
Sociologia vai longe...